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Sementes aladas

  • Foto do escritor: S&T
    S&T
  • 19 de abr.
  • 6 min de leitura
Samara não identificada

Semente sâmara não identificada

Essa semente é muito distinta para ser identificada com precisão. Como uma semente alada deslizante, ela se dispersa com o vento e incorpora um simbolismo espiritual amplamente utilizado em técnicas de meditação. Além de sua clara semelhança com uma semente alada circular como a do olmo, é possível identificar esse sujeito como uma semente devido ao seu hilo visível, indicando onde antes estava o talo. Seu potencial de movimento é muitas vezes ignorado como campo de estudo, especialmente no que se denomina dispersão secundária – a distância entre sua origem e sua germinação. Mesmo assim, essa família de sementes inspirou diversas inovações na aviação.


Handroanthus impetiginosus

Ipê roxo (Atlântico)

Esse Ipê roxo da mata atlântica pertencia a um coletor de sementes de Caxambu, em Minas Gerais, Brasil. Geralmente, as variedades de espécies amazônicas são muito maiores que as variedades da Mata Atlântica. Como tal, a Handroanthus impetiginosus não é endêmica, ocorrendo desde o México até a Argentina, e em boa parte da paisagem brasileira. As flores da Handroanthus impetiginosus cobrem a copa alta da árvore de vários tons de roxo e rosa, são belíssimas e atraem abelhas, beija-flores, vespas, borboletas, e também pessoas que fazem chá delas. Em 2020, uma instituição governamental brasileira retirou o ipê da lista internacional de árvores ameaçadas. Logo, organizações não governamentais dedicadas à preservação ambiental entrou na justiça para reverter essa decisão, que de acordo com eles viabiliza ilegalidades em práticas de exportação de madeira. A exportação dessa árvore ainda é vista como uma ameaça à sobrevivência dessa espécie no planeta por entidades que observam fatos ambientais ao invés de fluxos econômicos.


Handroanthus impetiginosus

Ipê roxo

As sementes do ipê-roxo são pequenas e achatadas, com asas que facilitam a sua dispersão pelo vento. Elas são encontradas dentro de vagens, que se abrem quando maduras. As flores da Handroanthus impetiginosus cobrem a copa alta da árvore de vários tons de roxo e rosa. Elas são belíssimas e atraem abelhas, beija-flores, vespas, borboletas, e também pessoas que fazem chá delas. Em 2020, uma instituição governamental brasileira retirou o ipê da lista internacional de árvores ameaçadas. Logo, organizações não governamentais dedicadas à preservação ambiental entrou na justiça para reverter essa decisão, que de acordo com eles viabiliza ilegalidades em práticas de exportação de madeira. A exportação dessa árvore ainda é vista como uma ameaça à sobrevivência dessa espécie no planeta por entidades que observam fatos ambientais ao invés de fluxos econômicos.


Platypodium elegans

Faveiro, Jacarandá Branco

Essa variedade de Jacarandá é encontrada principalmente no bioma do Cerrado. Suas sementes aladas permitem uma ampla dispersão da espécie. Guardiões de variedades genéticas de plantas foram responsáveis por coletar essa semente na floresta, e a disponibilizar para projetos de reflorestamento e agrofloresta. O Jacarandá Branco é nativo do Brasil, e é associado com um botânico alemão do século XIX chamado Vogel. Diz-se que ele foi o primeiro a descrever essa espécie, mas o povo indígena Xavante já a descrevia como ‘wede itsaipro’, ou “árvore com espuma”. Sua folha é rica em Vitamina C e seu fruto alimenta diversos animais, de besouros, a papagaios, a macacos-aranha, além de suas raízes serem capazes de enriquecer o solo com nitrogênio.


Aspidosperma subincanum

Guatambu

Essa espécie de Guatambu foi doada ao Assentamento Mário Lago, em Ribeirão Preto, Brasil, para um projeto de reflorestamento. Ela é usada em projetos desse tipo por ser uma espécie pioneira, ou seja, capaz de se desenvolver em ambientes considerados inóspitos para outras plantas. Sua semente é alada, e dispersa pelo vento. O potencial de movimento de sementes como essa é muitas vezes ser ignorado como campo de estudo, especialmente no que se denomina dispersão secundária – a distância entre sua origem e sua germinação.


Cybistax antisyphilitica

Ipê Verde

‘Ipê’ significa casca dura na língua indígena Tupi. Em geral, a madeira dessas árvores é valorizada por ser forte e flexível, ideal para a produção de móveis e arcos de caça – motivo pelo qual ela foi batizada de pau d’arco. Essa espécie se destaca por possuir flores verdes. De acordo com o fundo Amazônia, sua “casca e folhas podem matar as larvas do Aedes aegypti, o mosquito transmissor da dengue.” Essa semente alada é dispersa pelo vento e pela água, apesar de seu potencial de movimento muitas vezes ser ignorado como campo de estudo, especialmente no que se denomina dispersão secundária – a distância entre sua origem e sua germinação. Mesmo assim, essa família de sementes inspirou diversas inovações na aviação.


Tecoma stans

Ipê Mirim

A Tecoma stans é conhecida como ipê mirim, e é comum na arborização urbana de São Paulo e do Rio de Janeiro. Suas sementes são pequenas, medindo cerca de 1,5 cm de comprimento, e têm uma superfície lisa e brilhante, de cor marrom-clara. Sua raiz tem o potencial de inibir os efeitos do veneno da cobra Naja indiana. Essa semente alada é dispersa pelo vento e pela água, apesar de seu potencial de movimento muitas vezes ser ignorado como campo de estudo, especialmente no que se denomina dispersão secundária – a distância entre sua origem e sua germinação. Mesmo assim, essa família de sementes inspirou diversas inovações na aviação. A família dessa árvore se chama Bignoniaceae, e além de ipê mirim, essa espécie também é conhecida como pau d’arco-amarelo, pau d’arco-bandeira, pau d’arco-roxo, ipê-comum, ipê-do-cerrado e ipê-preto. Nativa da América do Sul, ela pode ser facilmente encontrada na Argentina, Uruguai, Paraguai e no Brasil, principalmente nos estados de Minas Gerais, Goiás, São Paulo e Mato Grosso do Sul. Essa árvore é comum em regiões de cerrado e mata ciliar, onde servem como proteção para rios e lagos.


Banisteriopsis caapi

Uni

Cozinhar o Uni (Banisteriopsis caapi) com a Chacrona (Psychotria viridis) gera a famosa poção ritualística chamada Ayahuasca. O cipó Banisteriopsis caapi é uma trepadeira nativa das florestas da América do Sul, abundante na floresta úmida da Amazônia no Brasil, Peru, Venezuela, Equador e Colômbia. Ela é conhecida como caapi ou cipó-mariri, mas pelo povo Yawanawá essa planta robusta foi batizada de Uni. O Uni contém um inibidor chamado monoamina oxidase, que provê a absorção do DMT no corpo humano. A Chacrona é um arbusto que contém DMT, ou Dimetiltriptamina, e por isso o casamento entre essas duas plantas fornece os elementos essenciais para a criação de uma medicina indígena milenar e ancestral que foi imprescindível para o desenvolvimento espiritual de diversas culturas. Esse casamento alquímico é particular e delicado. Ele possibilita a expansão da consciência humana a partir de visões, sensações, memorias e pensamentos profundos. A Ayahuasca é uma bebida consumida há milênios em rituais xamânicos ameríndios, induzindo tais estados alterados da mente. Como bebida, ela é classificada enteógena, ou seja, uma substância psicoativa que induz uma experiência de transcendência e contato com o divino. Um dos efeitos mais relatados da Ayahuasca é a dissolução do ego. O desmanchar do “eu” como conceito vem acompanhado do fenômeno cunhado na psicologia analítica como ‘morte psíquica’. Essa morte meta/eufórica viabiliza a realização da comunhão com um todo universal e gera uma consciência de plena união. A consagração da Ayahuasca possui um caráter central para a manifestação espiritual dos povos da floresta. O ritual permite a visita ao reino das divindades, e a partir dos contos e histórias vividas durante esses estados de transcendência é concebida uma mitologia que assegura coesão social através de ritos compartilhados.


Amphilophium crucigerum

Pente-De-Macaco

Conhecido tanto como Amphilophium crucigerum quanto como Pithecoctenium crucigerum, o Pente-De-Macaco é uma trepadeira nativa do México, cujo fruto é “espinhoso”, suas flores têm formato de sino branco e amarelo e suas sementes são aladas. Essas qualidades únicas deram a essa planta um papel no folclore maia. Diz-se que La Xtabay, uma figura mitológica do México, mais especificamente de Yucatán, flutua acima de uma árvore Ceiba com um vestido branco e penteia o cabelo com o fruto espinhoso do Pente-De-Macaco. Ela era irmã de outra linda mulher chamada Xkeban, mas elas tinham abordagens opostas sobre como essa beleza poderia ser utilizada no relacionamento com os homens. Enquanto uma irmã tinha diversos relacionamentos, a outra se orgulhava de ser pura. Esse folclore gira em torno de como essa pureza não é tão importante quanto ser uma pessoa gentil. Embora pura, Xtabay não conseguiu superar a inveja e a amargura, e, segundo a história, ela segue a “seduzir e punir homens”. Ao longo dos anos de colonização, diz-se que essa história mudou, nomeadamente com a chegada dos espanhóis e a difusão do cristianismo. Através de uma lente cristã, o papel da árvore e do fruto foi diminuído e o conceito da pureza exacerbado.

 
 
 

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