Desigual
- S&T
- 19 de abr.
- 3 min de leitura
Cereus jamacaru
Mandacaru
O Mandacaru é um cacto nativo do Brasil, encontrado principalmente nos estados do Nordeste, como Bahia, Pernambuco e Ceará. É uma planta de pode chegar a mais de 5 metros, com um tronco ramificado e espinhoso. Suas flores são grandes, brancas e desabrocham à noite, enquanto seus frutos são vermelhos e redondos, contendo pequenas sementes pretas. Ele é uma espécie altamente venerada na cultura nordestina, principalmente pelo fato de tolerar solos áridos, comuns no sertão nordestino, fornecendo alimento aos humanos e seus animais em períodos de escassez. Essa planta é simbólica da resistência do povo nordestino, e é presente na musica e poesia da região. “Sou um fiel representante Do forte povo nordestino.”–Dalinha Catunda
Ceiba speciosa
Paineira
Gigantesca, a Paineira é uma verdadeira criadora de florestas. Sob sua copa extensa, diversas outras espécies podem se desenvolver. Seu sistema de raízes é capaz de unir áreas vastas da floresta, além de fornecer morada para muitos animais. Suas painas, a polpa fibrosa de seu fruto, semelhantes a bolas de algodão, envolvem sementes e as auxiliam a dispersar. Após a florada da Paineira, o solo é amortecido por esse material, que é capaz de reter umidade e garantir a saúde da árvore. Na Bolívia, conta a lenda que no tronco dessa árvore, uma mulher importante se escondeu de espíritos malignos para dar à luz seu filho. A criança cresceu para derrotar os espíritos malignos e vingar o destino de sua mãe, que ficou presa na árvore até a morte. A árvore, também conhecida como Toborochi, tem um tronco bulboso que lembra uma barriga grávida.
Schizolobium parahyba [Atlântico]
Guapuruvu Atlântico
Essa variedade da Schizolobium parahyba da mata Atlântica pertencia a um coletor de sementes de Caxambu, em Minas Gerais. O município de Caxambu investe em coleta de semente e preparação de mudas para um viveiro. Esse viveiro se encontra no Parque das Águas Minerais, uma área considerada patrimônio histórico e ambiental. Nele há uma nascente termal com propriedades minerais únicas, um fenômeno considerado raro, e um morro vulcânico que fornece essas propriedades para a água da nascente. A orientação é tomá-la “na forma de cura”, e não de forma recorrente.
Enterolobium contortisiliquum
Tamboril, orelhinha
O Enterolobium contortisiliquum, conhecido popularmente como orelhinha, é uma árvore nativa da América do Sul com um tronco notavelmente espesso. Foi em um desses troncos que uma família de Araras-azuis-grandes foi observada comendo cupins, onde até então eram conhecidas por comer majoritariamente sementes e frutas. Humanos vieram a entender cientificamente apenas a partir do ano de 2017 que o comportamento desse animal vulnerável à extinção inclui fazer ninhos em árvores no processo de apodrecimento por infestação de térmitas. O papel dessa árvore no ecossistema em que existe transcende seu período de vida.
Hevea brasiliensis
Seringueira
Do tronco da Seringueira, uma árvore amazônica, se extrai uma borracha natural. Essa borracha pode ser usada para a produção de pneus até luvas cirúrgicas, é impermeável e isola eletricidade, assim sendo até mais eficaz do que borrachas sintéticas. Chico Mendes, um seringueiro brasileiro notório, cuja subsistência dependia da proteção da floresta e dos seringais nativos, criou um dos movimentos ambientalistas mais renomados do Brasil. Para combater o desmatamento causado pela criação de pastos, ele confiscava motosserras, impedia a passagem de tratores, fundou sindicatos e projetos educacionais. Assim, ele ganhou reconhecimento internacional, recebeu um prêmio da ONU, e se tornou referência no setor da sociedade civil global. Porém, seu assassinato por fazendeiros em Xapuri em 1988, um ano após essa premiação e aos 44 anos de idade, forçou prematuramente seu ativismo a se tornar um legado para a proteção de biomas brasileiros. Essa semente foi adquirida de um guardião de genética de Brasília-DF.
Cassia ferruginea
Chuva de ouro
No período de floração, é impossível não se maravilhar com a Cassia ferruginea. Fazendo jus a seu nome, a chuva de ouro chama a atenção por sua florada exuberante e dourada em forma de cascata. A Chuva-de-ouro é nativa do Brasil mas não é endêmica, ou seja, ela pode ser encontrada em diversos outros territórios. Ela popula centros urbanos, por isso tem o potencial de regular e remediar diversas características desagradáveis e nocivas da cidade. “Árvores Urbanas” regulam a poluição tanto do ar quanto sonora, e desaquecem ruas. Considerando que quase 40% da diversidade de plantas no mundo está ameaçada, árvores urbanas não endêmicas como a Cassia ferruginea tem o poder de fortalecer iniciativas de conservação.
Não identificado
Não identificada
Essa semente incomum lembra a Cuscuta lupuliformis, conforme retratado em um guia holandês de identificação de espécies invasoras. Uma forma de identificar se o sujeito é uma semente é procurar uma cicatriz de fixação da semente, chamada hilo. O hilo significa que o objeto analisado já esteve preso ao ovário de uma planta, ou seja, um órgão reprodutivo botânico.
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