Três Irmãs
- S&T

- 19 de abr.
- 2 min de leitura
Milpa
As Três Irmãs
A união entre Milho, Feijão e Abóbora é ancestral. Ela é conhecida como as 'Três Irmãs', ou Milpa, uma palavra derivada da língua indígena Náhuatl, da família de línguas Uto-Astecas. Como uma técnica agrícola antiga usada nas Américas por povos nativos, as Três Irmãs representam uma epistemologia pré-colonial de relevância científica para a trajetória da existência humana. As sementes de milho, feijão e abóbora, quando plantadas juntas, maximizam a produtividade de cada uma das três, enriquece o solo, e contribui robustamente para a nutrição das pessoas. Elas se complementam não apenas em crescimento e desenvolvimento, mas também em valor nutricional. O milho, em sua busca pelo máximo de luz possível, cresce verticalmente e viabiliza uma estrutura estável para o feijão enramar. O feijão, por sua vez, fornece Nitrogênio ao solo, um elemento indispensável para o crescimento saudável de diversas plantas, inclusive do milho. A abóbora permanece rasteira, e, com suas folhas largas, ela protege o solo e raízes rasas do sol direto, e previne o desenvolvimento de plantas espontâneas indesejadas. Esse trio é famoso até em canções da música popular brasileira. Luiz Gonzaga, um dos maiores compositores sertanistas do Brasil, descreve de forma poética a chegada das chuvas nas lavouras áridas do sertão pernambucano: "...Da chegada das chuvas no sertão Ver a terra rachada amolecendo A terra, antes pobre, enriquecendo O milho pro céu apontando feijão pelo chão enramando E depois, pela safra, que alegria…" O Seeds and Tales criou essa obra onde a Milpa é protagonista, homenageada como uma das primeiras criações tecnológicas de agricultura holística.
Phaseolus vulgaris
Feijão Crioulo Roxo Rajado
Essa variedade rajada e roxa do feijão comum foi adquirida da Fazenda Recanto do São Francisco no Estado de Minas Gerais. A seleção de feijões crioulos, assim como de milhos, às vezes se dá por motivos estéticos, criando abundância de cores e padrões. Guardiões dessas variedades genéticas preservam com muito orgulho essa abundância e realizam trocas entre comunidades tradicionais. O Phaseolus vulgaris selvagem é nativo das Américas, domesticado na Mesoamérica e posteriormente na região dos Andes. Ele viajou para o sul, provavelmente ao lado da abóbora e do milho. Essas três culturas mesoamericanas constituem as "Três Irmãs" e são fundamentais para as antigas técnicas agrícolas indígenas americanas. Juntas, elas se complementam não apenas em crescimento e desenvolvimento, mas também em valor nutricional.
Cucurbita moschata
Abóbora Jerimum
Essa variedade de abóbora crioula foi cultivada por Walterci, um pequeno produtor rural de Santa Rita do Jacutinga, no Estado de Minas Gerais. A pequena produção de Walterci garante sua subsistência e renda através da venda dos seus excedentes. Ao lado do milho e do feijão, a abóbora é uma das três culturas mesoamericanas chamadas de “Três Irmãs”, que são fundamentais para as antigas técnicas agrícolas de povos nativos das Américas. Juntas, elas se complementam não só em crescimento e desenvolvimento, mas também em valor nutricional. Nativa das Américas, a Cucurbita moschata foi distribuída pelo mundo com viagens colonizadoras europeias. Esses novos ambientes potencializaram a diversidade e as variações genéticas dessa planta, tornando-a não só naturalizada mas também tradicional em novas terras. As cultivares do Zimbábue, por exemplo, são múltiplas, únicas, não-comercializadas e cultivadas com o milho, como encenado pelos ancestrais ameríndios.





















































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