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Perene

  • Foto do escritor: S&T
    S&T
  • 19 de abr.
  • 3 min de leitura
Tachigali aurea

Tatarena

A Tatarena é comum no sertão brasileiro. Houve um apagamento do termo sertão que foi “diretamente proporcional à consolidação do termo cerrado”. Essa consolidação do foco no bioma e na botânica, ao invés do foco nas características culturais, ancestrais e identitárias associadas ao bioma, aconteceu quando a demarcação do Planalto Central começou a ser planejada para o desenvolvimento do que se tornaria a capital dos ‘Estados Unidos do Brasil’. A construção dessa narrativa teve como objetivo situar a capital no Centro do país, e não no Sertão. Dessa forma, a conceituação geopolítica do poder simbólico de Brasília precisava marginalizar o termo 'sertão' e incorporar 'cerrado'. Uma árvore matriz da família Tachigali (sinônimo de Sclerolobium) e duas Tachigali aurea de tamanho médio podem ser encontradas no Parque Olhos D’Água em Brasília. O tronco branco-acinzentado da árvore matriz, com ramos largos e irregulares, garante características únicas. Devido à beleza desse tronco, ela foi amplamente explorada por sua madeira. Os frutos dessa árvore perene são alados, e dispersos pelo vento.


Calophyllum brasiliense

Guanandi

Essa semente é de uma espécie de árvore perene considerada uma das primeiras "madeiras de lei" pela coroa portuguesa, ao lado do pau brasil. Madeiras de Lei se tornaram símbolos no monopólio econômico de Portugal sobre matérias-primas do novo terreno conquistado pela coroa, que hoje chamamos de Brasil. Essas madeiras eram usadas na infra-estrutura desse empreendimento colonial, como na construção de ferrovias e navios. A madeira de lei do pau brasil (Paubrasilia echinata) era tão central nesse processo que se tornou o nome do país. Enquanto o Calophyllum brasiliense foi chamado de Guanandi, cujo significado em Tupi é “o que é grudento”, devido ao bálsamo de sua casca que opera como látex natural. O fuste perfeitamente reto do Guanandi também fornecia mastros excelentes para embarcações de colonizadores portugueses. Uma árvore matriz selvagem em Brasília-DF forneceu essa semente de Calophyllum brasiliense para o projeto Seeds and Tales.


Paepalanthus chiquitensis

Chuveirinho

A Paepalanthus chiquitensis é um tipo de gramínea endêmica dos cerrados brasileiros, que pode ser empregada na recomposição de áreas degradadas por queimadas. A família de Gramíneas também é conhecida como grama, e essa espécie de grama floresce de forma espetacular, e sempre-viva. Flores Sempre-vivas, após colhidas e secas, não perdem sua cor, e muitas dessas espécies estão ameaçadas de extinção por conta de sua exportação insustentável. Essa semente foi adquirida da iniciativa Cerrado de Pé, responsável pela coleta, proteção e dispersão de sementes nativas no bioma do cerrado brasileiro.


"Na verdade, Paepalanthus não é Poaceae (Graminae), mas sim da família Eriocaulaceae. Entretanto, devido ao seu hábito e porte, pode ser considerado "graminóide" ou da estrato graminoso." (@salve_cerrado, junho 19, 2024)


Ormosia arborea

Olho de cabra

Ormosia arborea é uma árvore perene com copa densa, larga e arredondada, que pode atingir até 20 metros de altura. Ela pode ser cultivada como espécie pioneira na restauração de matas e é uma árvore que proporciona sombra para plantas menores. As folhas de plantas perenes não caem de acordo com estações, por isso, em culturas nórdicas, europeias e cristãs, essas árvores simbolizam imortalidade por permanecerem verdes no inverno. A olho de cabra, por outro lado, é “exclusiva” do Brasil, e suas sementes são usadas como amuletos por religiões da diáspora africana. Essa semente bela pode variar entre tons de vermelho e laranja claramente delimitados por uma área preta. Ela foi adquirida de guardiões de sementes e doada ao assentamento Mário Lago em Ribeirão Preto, no interior do Estado de São Paulo, para o projeto de reflorestamento e agrofloresta dos assentados do Movimento dos Trabalhadores Sem Terra do Brasil.

 
 
 

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